Peixes não “tremem de frio”, porque não sentem as baixas temperaturas da mesma forma que os seres humanos, mas dá pra dizer que também são afetados no inverno.
São animais ectotérmicos, que precisam de fontes externas de calor para manter a temperatura corporal. “Normalmente o corpo desses animais acompanha as variações de temperaturas no ambiente. Agora no inverno, por exemplo, se esfriar bastante, consequentemente os peixes ficam mais gelados. Por isso que popularmente os animais ectotérmicos são considerados animais de sangue frio”, explica Domingos Garrone Neto, coordenador do Laboratório de Ictiologia e Conservação de Peixes Neotropicais do Campus da Unesp em Registo, São Paulo.
No inverno os peixes ficam mais parados e se alimentam menos. “Esses animais manifestam uma atividade metabólica menor, consequentemente, comportamental. Com a entrada das massas polares, que diminuem drasticamente as temperaturas do ar e consequentemente a temperatura da água em algumas semanas, o metabolismo desses animais diminui temporariamente. Se estiver muito frio, o bicho fica menos ativo, portanto, come menos. Quando está mais quente, ele come mais”, explica Domingos.
É como se os peixes fizessem um “regime” durante o inverno para poupar energia. Por isso, mudam de comportamento. “As espécies de hábitos diurnos permanecem durante o dia na calha do rio, na parte mais funda, se movimentando, nadando, em uma água que é mais corrente e está menos sujeita ao esfriamento. A noite, quando a atividade de forrageamento diminui, esses peixes encostam mais na margem procurando por conforto térmico. Isso porque nas áreas mais rasas tem as pedras que se aquecem durante o dia e liberam esse calor na água durante a noite”, completa Domingos.
Fonte: G1/SP